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FICHA TÉCNICA:

Organizadoras: Deise Juliana Francisco, Deisimer Gorczevski, Karla Rosane do Amaral Demoly

Título: Pesquisa em Perspectiva : percursos metodológicos na invenção da vida e do conhecimento

ISBN: 978-85-63145-27-7

Formato: 15 x 21 cm

Editora: EdUFERSA

Local: Mossoró, RN

Ano: 2014

Capa: Couchê 230g/m

Miolo: Couchê liso 115g/m

Acabamento: Colado e costurado

Páginas: 398


Resumo:

O livro “Pesquisa em Perspectiva” surge das inquietações de nossa prática como professoras universitárias que, diariamente, nos dedicamos à prática de pesquisa. Praticar pesquisa implica vivenciar os mais diversos processos, dos científicos e éticos até os institucionais. A invenção cotidiana da pesquisa reivindica a esse substantivo sua face verbal: pesquisar, inventar, problematizar a vida e os modos de produção de conhecimento. Tais formas linguísticas sugerem agentes, os seus sujeitos que, implicados no processo, propõem pensares e fazeres sobre esse fazer. Assim, este livro apresenta as inquietações compartilhadas por uma rede de interlocutores que problematiza o pesquisar (e não só a pesquisa) no contexto acadêmico. A publicação, organizada em duas partes, aborda tanto a pesquisa qualitativa como a quantitativa, propõe diálogos com estudantes e visibiliza preocupações comuns. Na primeira parte do livro, Nize Maria Campos Pellanda e Felipe Gustsak apresentam, no texto “Epistemologia da complexidade: reflexões e implicações para uma metodologia de pesquisa”, a epistemologia da complexidade, como o próprio título menciona, que implica a passagem de um paradigma simplificador, sustentado por uma epistemologia abstrata, objetivista e racionalista, para um paradigma complexo na medida em que a vida e as ciências precisam lidar com o caos criador, com o tempo, com os fluxos e com as redes. Os autores ajudam a pensar que uma atitude coerente com a perspectiva dos modos de conhecer e modos de viver é o questionamento acerca das possibilidades e dos limites de sustentarmos a própria palavra epistemologia, já que não mais vai se tratar de um estudo do conhecimento, mas de um estudo de como conhecemos algo, no qual também nos incluímos como observadores implicados no sistema observado. Além disso, os autores apontam que nos cabe reformar como entendemos o conceito de metodologia, e também suas consequências, pois nossas ações de pesquisa precisarão dar conta das operações dos observadores. O artigo “Mapeando o campo, percorrendo labirintos: apontamentos sobre as práticas de pesquisar e intervir”, de autoria de Cleci Maraschin e Nithiane Capella Faria, apresenta o projeto “Oficinando em Rede”. Esse utiliza oficinas como dispositivo de experimentação do encontro dos sujeitos com a tecnologia, tanto no contexto da educação não formal quanto no da saúde mental. A partir do diálogo com o leitor, as autoras apresentam os operadores do texto: a perspectiva da pesquisa e intervenção, a constituição do campo de pesquisa, o mapa labiríntico da intervenção. Entrando nos limiares do pesquisar na universidade em relação com a comunidade, o texto posiciona-se política-ética-cientificamente. No texto “A ética na pesquisa em educação e saúde”, Deise Juliana Francisco e Elaine Lopes de Lima discorrem sobre a problemática da ética em pesquisa. As autoras discutem sobre ética e bioética, seus princípios e no quanto os participantes da pesquisa devem ser levados em consideração na investigação, em especial no âmbito da Psicologia. Cláudia Rodrigues de Freitas apresenta “Metodologias da Pesquisa: trajetórias e práticas investigativas”, em que faz um recorte da trajetória metodológica percorrida durante uma pesquisa na qual investigou os discursos que identificam um número expressivo de crianças como hiperativas na Educação Infantil da Rede Municipal de Ensino de Porto Alegre. A autora coloca uma questão: O que acontece com o saber e o não saber da educação face aos Corpos Que Não Param? Dentre tantas reflexões está o entendimento da ideia de “hiperatividade” associada a uma dimensão de desamparo, dirigida não só ao sujeito criança, mas a todos os implicados nessa rede que se traduz em possibilidade de convivência e aprendizagem na escola. Deisimer Gorczevski e Wilma Farias Gois apresentam, no texto “Pesquisar e Inventar: experiências com a observação e o método da cartografia”, o ato de observar e cartografar como métodos de pesquisa-intervenção que são tomados com aspirações ao debate em torno de uma ciência que passa a pensar o seu próprio modo de fazer ciência. Nessa perspectiva, o trabalho compartilha algumas experiências de pesquisadoras – docente e discente – envolvidas em disciplinas de pesquisa científica e seus enlaces com os modos de conhecer nas artes e na filosofia. A proposição de um diário de bordo e a escrita de um memorial emerge em processos de criação e produção de projetos de pesquisa e do intervir e inventar em pesquisa cientifica e artística. O texto “O percurso comentado como proposição metodológica na pesquisa em educação e em saúde mental”, é apresentado por Karla Rosane do Amaral Demoly, Kézia Viana Gonçalves e Maria de Fátima de Lima das Chagas. As autoras discutem as potencialidades do método “percurso comentado” para análise de processos cognitivos e afetivos que se produzem no encontro em oficinas de professores, de estudantes ou de jovens com objetos técnicos digitais. A metodologia coloca em evidência o poder mobilizador do ambiente e do que ali acontece: inscrições, escrituras, gestos, a possibilidade de percepção do implícito no ordinário de fazeres cotidianos, ou mesmo nas experiências novas e inusitadas que emergem da abertura da percepção. “Desafios metodológicos para as pesquisas interdisciplinares”, produzido por Elisabete Stradiotto Siqueira, Erlaine Binott, Débora Nayar Hoff e Valdemar Siqueira Filho introduz problematizações quanto ao sentido da pesquisa na contemporaneidade. A partir da complexidade, reflete sobre a incerteza como mecanismo relevante nas pesquisas interdisciplinares. Conclui que a perspectiva interdisciplinar implica algo maior do que metodologia, na medida em que impacta na própria forma de pensar sobre si mesmo e sobre o mundo, em outra ética. Na segunda parte do livro, Jacqueline Felix da Silva, Clésia Maria Hora Santana e Deise Juliana Francisco apresentam o texto “O uso de questionário on-line em pesquisa com Google Docs”. Compreende-se que as tecnologias digitais abrem um leque de opções que podem contribuir para a prática de pesquisa, inclusive diversificando instrumentos de investigação e viabilizando a coleta de dados. Esse trabalho ancorou-se na seguinte questão: “quais são as contribuições de questionários on-line livres para a prática da pesquisa?”. Realizou-se um levantamento bibliográfico sobre o tema, bem como uma busca de aplicativos voltados ao desenvolvimento de formulários. Durante essa etapa, foram identificadas ferramentas de comunicação de livre uso na internet que agregam valores na realização de pesquisas acadêmicas. O estudo visa apresentar resultados práticos de uma pesquisa com uso da ferramenta Google Docs, apontando para suas potencialidades e aplicabilidades. Desse modo, é apresentado um relato de experiência no uso do aplicativo, no qual foi verificado a praticidade na construção do questionário, facilidade quanto ao envio aos respondentes, redução no tempo de coleta e acompanhamento de cada reposta, tanto por meio de uma tabela quanto por gráficos, agilizando, desse modo, todo o processo de pesquisa. Washington Sales do Monte e Karla Rosane do Amaral Demoly trazem, na escrita de “Cartografando processos de inclusão social de jovens em ambientes de saúde mental”, o início de uma aprendizagem do método da cartografia por um dos autores e o diálogo que estabelece nesse escrever com a orientadora. São trazidos conceitos centrais do método e sua conexão com uma perspectiva no modo de compreensão da vida e do conhecimento. Escritas de mapas iniciais produzidos na experiência permitem visualizar como um cartógrafo pode encontrar pistas e procedimentos no campo em uma pesquisa que tematiza relações humano-máquinas a partir das transformações que ocorrem no encontro dos jovens com o jogo digital em ambiente de saúde mental. No texto “A implicação e a escolha dos instrumentos de pesquisa”, de autoria de Deise Juliana Francisco e Fernanda Streppel, as autoras relatam reflexões sobre o processo de construção de um relatório de pesquisa, trazendo à tona o conceito de implicação como proposto pela análise institucional. No texto “Pesquisa-Docência-Monitoria: cartografias do fazer-saber científico em artes”, Deisimer Gorczevski e Eduardo Teixeira da Silva apresentam a relação entre pesquisa-docência-monitoria, que é tomada como analisador das experiências nas disciplinas de Projeto de Pesquisa I e Metodologia do Trabalho Científico, realizadas, respectivamente, nos cursos de licenciatura em Música e Teatro, na Universidade Federal do Ceará. Nessas disciplinas, os estudantes foram convidados a conversar e problematizar “como se inventa observador-pesquisador em Música/Teatro?”. Movidos por essa questão, emerge, neste estudo, a pergunta “como estudantes, monitor e docente se inventam pesquisadores?”. No texto “Sobreposição de linguagens: uma estratégia metodológica”, Zildenice Matias Guedes, Elisabete Stradiotto Siqueira e Valdemar Siqueira Filho apresentam uma pesquisa que envolve a dimensão da qualidade de vida no campo e na cidade, utilizando a metodologia de sobreposição de linguagens como alternativa para análise de várias possibilidades de linguagem, verbal e não verbal, apreendendo os discursos em suas relações com as imagens. O método utiliza entrevistas, fotografias, registros em diário de campo e histórias de vida dos sujeitos da pesquisa para dar visibilidade a um contexto cultural e, dessa forma, oferecer uma contribuição importante no sentido de precisar os processos de codificação e decodificação das múltiplas linguagens do campo e da cidade. Christiane Fernandes dos Santos e Elis Regina Costa de Morais apresentam “A metodologia do diagnóstico participativo subsidiando a pesquisa na agricultura familiar”, em que discutem o Diagnóstico Rápido Participativo (DRP) como uma metodologia que contribui para o conhecimento e análise da realidade local, pois considera a percepção de cada morador neste contexto, sem prevalecer somente a opinião do técnico. Por isso, destacam que o DRP pode ser utilizado como alternativa para propiciar mudanças, pelo seu poder de mobilização e pelo envolvimento dos participantes com os questionamentos da própria pesquisa. O texto “Valoração econômica e a disposição a pagar pela preservação ambiental: o método de valoração contingente” é apresentado por Iriane Teresa de Araújo, Celsemy Eleutério Maia e José Mairton de Figueredo de França, que desenvolvem um estudo sobre a valoração econômica e a preservação ambiental, apresentando o método de valoração contingente (MCV). A técnica é de extrema importância, visto que possibilita valorar economicamente bens, serviços e recursos ambientais, fator que pode favorecer a adoção de medidas e a formulação de políticas públicas mais pertinentes com intuito de assegurar a qualidade ambiental e a utilização sustentável dos recursos naturais.

1 de junho de 2015. Visualizações: 2226. Última modificação: 22/06/2018 15:32:01